O combate às grandes endemias, como a malária, VIH/Sida, tuberculose, e a realização de acções para a melhoria na saúde materno-infantil são algumas das prioridades do Ministério da Saúde (Minsa) para este ano. A prioridade é repetida todos os anos, há muitos anos, o que revela mais um falhanço estrondoso do MPLA, o único partido que nos governa há 44 anos.
Para a realização dessas actividades, o Minsa promete reforçar estratégias com os parceiros nacionais e internacionais, com quem reuniu para alinhar as necessidades ligadas ao capital humano e as ajudas financeiras (sim, o pedido de dinheiro é normal num país tão pobre como é Angola…), visando tornar o seu trabalho mais abrangente e eficaz.
Segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, no Plano Nacional de Desenvolvimento vão continuar a trabalhar para melhorar o sistema de informação para se obter dados e estatísticas credíveis, bem como aperfeiçoar a formação de recursos humanos.
Ainda na dinâmica do Ministério, avançou que com a experiência acumulada (são 44 anos de experiência) os trabalhos permitiram alcançar alguns ganhos como a admissão de cerca nove mil profissionais de saúde no último concurso público e a implementação da aquisição de medicamentos, equipamentos e demais meios médicos.
O Ministério da Saúde está, diz, a reforçar a vacinação de rotina para a prevenção de doenças imunopreveníveis, tendo-se atingido para a BCG (92%), POLIO.3 (76%), VPI1- Pólio – inactivada) (68%), Penta 3 (78%), Pneumo.3 (79%), Rota2 (84%), Sarampo /Rubéola (81%) e Tétano 2 (54%).
Em 2019, foram realizadas 21 campanhas de vacinação com a utilização da vacina Pólio oral monovalente tipo 2, tendo sido vacinadas cerca de cinco mil crianças menores de 5 anos, em 108 municípios de 15 das 18 províncias do país.
Realizou-se uma campanha sincronizada com o Congo-Brazzaville. Vacinaram-se do lado de Angola, nesta campanha, 3.937 crianças contra o sarampo-rubéola em seis comunas de Belize-Cabinda e cinco comunas de Congo Brazzaville.
Dos 11 Centros Ortopédicos de Reabilitação Física existentes no país, oito foram reabilitados, apetrechados e reinaugurados, sendo dois em Luanda e um no Bié, Huambo, Cuando Cubango, Uíge, Moxico e Cuanza Sul, que se encontram hoje em pleno funcionamento, e implementada a plataforma DHIS2 nas 18 províncias e nos 164 municípios, com o objectivo de se obter informação estatística robusta e em tempo real.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, diz que a cobertura universal de saúde é fundamental para a redução da pobreza e das desigualdades sociais no país. Só lhe falta agora afirmar que esse desiderato só será conseguido quando o MPLA for Governo. Já agora…
A governante fez este pronunciamento, em Setembro do ano passado, na abertura do 29º Conselho Consultivo do sector, que decorreu sob o lema “Alcançar a cobertura universal da saúde: não deixar ninguém para trás, rumo à construção de uma Angola saudável”.
A ministra salientou que para este fim é necessária a intervenção de outros sectores que influenciam o acesso e utilização de serviços de saúde, como transporte, comunicação, capacidade financeira das famílias, educação inclusiva e a igualdade do género.
“A cobertura universal de saúde é uma estratégia adoptada pelas Nações Unidas para garantir que as pessoas desfrutem de serviços de qualidade adequada e eficaz sem estarem expostas às dificuldades financeiras”, sublinhou.
A agenda 2030 – acrescentou Sílvia Lutucuta – exige de todos uma abordagem mais qualitativa, focada em resultados eficazes e assegurando a coerência entre várias políticas públicas, de forma a prestar-se a devida atenção aos grupos mais vulneráveis do ponto de vista social e económico.
Segundo ela, o executivo está consciente que para se alcançar a cobertura universal e construção progressiva do serviço nacional de saúde deve-se estar focado em princípios orientadores de eficiência, equidade e eficácia.
Disse também estarem (há 44 anos, presume-se) a ser criadas condições pertinentes para a realização do próximo concurso público de ingresso, que doravante será realizado anualmente.
A governante avançou que para motivação dos recursos humanos foram aprovados os estatutos remuneratórios das carreiras da saúde, que beneficiaram 44.615 profissionais, onde os da carreira de enfermagem, técnicos de diagnóstico e terapêutica e de apoio hospitalar beneficiaram de uma compensação de cinco por cento do salário por não aumentaram o seu perfil académico.
A ministra realçou que a inauguração do serviço de telemedicina proporcionou a ligação das províncias do Huambo e Moxico, com os hospitais Américo Boavida e David Bernardino, para prestação de serviços de saúde à distância, com a realização de consultas de especialidade, incluindo exames de electrocardiograma e de raio X.
Declarou também ter ainda muito por se fazer para o alcance dos objectivos de desenvolvimento sustentável e a cobertura universal de saúde, na qual o seu ministério tem uma enorme responsabilidade pois a saúde é um dos factores de justiça, coesão social, criação riqueza para o desenvolvimento sustentável do país e bem-estar da população.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta está no bom caminho e na senda do “Senhor de La Palice que morreu em frente a Pavia; mas que momentos antes da sua morte, podem crer, ainda vivia.”
E assim sendo, aguardamos que um diz destes a ministra (ou até mesmo o Presidente João Lourenço) nos venha dizer que um ex-fumador nunca será um não fumador, mas sim alguém que deixou de fumar ou que alguém 15 minutos antes de morrer estava vivo.
Se Sílvia Paula Valentim Lutucuta recorrer ao seu camarada João Pinto, poderá abrilhantar os seus discursos dizendo, por exemplo, que um teimoso nunca teima sozinho! Tem de haver sempre alguém para teimar com ele, que hoje é véspera de amanhã, que o MPLA para não perder tem que ganhar, que o que não é fácil geralmente é difícil, ou que quando uma coisa é fácil, geralmente não é difícil.